sexta-feira, 14 de março de 2014

Confissões de quem odeia não te odiar.






Minha vontade é de te ligar e dizer que o odeio. Com todas as forças e de todas as formas possíveis que alguém poderia odiar outro alguém. Aí do nada vem aquela voizinha no fundo da mente dizendo pra sossegar, porque para que eu pudesse fazer isso, teria que no mínimo te odiar muito, coisa que eu não consigo.
De alguma forma estranha você mexe com tudo o que tento manter organizado na minha vida. Você faz questão de derrubar cada parede que construo pra nunca mais entrar nesse labirinto estreito e que nunca consigo achar o fim. Olha só pra mim nesse momento, mil e uma coisas pra resolver, matérias da faculdade se acumulando, a vida de cabeça pra baixo e eu simplesmente acabo achando uma forma de ficar com você na cabeça o dia todo. Aí é quando me pego andando pelas ruas e rindo sozinha lembrando aquela noite em que passamos juntos. Por Deus, como queria te apagar da minha mente e não perder tanto tempo com um caso já perdido.
Fomos um caso perdido desde o inicio. E foi assim que me perdi em mim mesma. Ainda não sei dizer se o que sinto por você é ódio, amor, paixão, vontade de matar misturado com a vontade de te colocar em meus braços e te cuidar. Eu só queria me achar no meio desse mundo louco e em troca ganhei mais confusões, mais bagunças e me perdi mais do que devia. Você me bagunçou de uma forma em que tem dias que não posso confiar em mim mesma.
Tenho vontade de bater na sua porta e pedir pra cuidar de mim, de dizer que me apaixonei por você exatamente daquele jeito inesperado que tanta gente vive sonhando por ai. Ao mesmo tempo a vontade de tocar o maravilhoso “foda-se” pra tudo isso, pra você e pra essa coisa estranha que existe entre nós me tenta. E como se não bastasse tudo isso, ainda me bate um medo de perder você e nunca mais ter. De saber que qualquer uma dessas nossas noites, pode ser a ultima. Que um dia você se canse da minha cara de quem muito só observa pra ir descobrindo as coisas, de quem dormiu 8 horas seguidas e continua reclamando de sono, de quem é extremamente louca por você e ao mesmo tempo odeia admitir isso. Como queria me cansar de você e dessa sua cara, desses seus olhos que tanto me olham procurando algum lugarzinho, alguma brecha de que exista algo dentro de mim e que eu não seja só um poço de frieza como você tanto diz, dessa sua cara de quem não queria sair da cama, mas tem que sair porque tanto você quanto eu, temos obrigações no dia seguinte.
Queria passar menos noites esperando algum sinal seu. Queria não querer te esperar tanto. Queria pelo menos uma noite sem que minha cabeça ficasse me atormentando e gritando seu nome. Queria que você tomasse uma atitude e acabasse com isso, ou começasse isso. Queria querer outro alguém como quero você todos os dias comigo. Queria não te querer desse tanto, porque isso simplesmente me atormenta. Queria não ter me apaixonado até mesmo por esses seus defeitos estranhos.
Por Deus, por que eu simplesmente não posso te odiar e nunca mais olhar nessa tua cara de quem não nega estar carente e com saudade? É lógico que não poderia ser tão simples assim. Trata-se de nós dois, então logicamente não seria fácil. Como dois seres idênticos poderiam se relacionar sem problemas e sem esse maldito jogo de egos, de “entrega ou sai correndo”?
Gritaria na sua cara pra desaparecer de vez da minha vida, mas não dá. Você não me deixa em paz e eu não te largo. A saudade aperta e a gente não se basta ficando longe. Você vai por aí com umas e outras. Eu fico por aqui pensando quem deve ser a próxima da lista. Perdi a vontade de conhecer outro ser humano tão complicado quanto eu e você. E você estando por aí e eu desejando um dia que você deseje ficar de vez, sem essas partidas. Mas se for pra dizer toda a verdade engasgada, que você as diga primeiro, porque de mim jamais ouvirá essas coisas. A gente se vira bem assim do jeito que está. Quer ir? Vai. Não vou correr atrás, afinal nunca corri. Só não me desespero a esse ponto por saber que de todas as vezes que você foi, sozinho, com uma e outra, é pra mim que você volta.
E antes que eu me esqueça de dizer todos esses engasgos que guardo, odeio não conseguir te odiar nenhum pouco, mas sim querer me jogar mais e mais em seus braços. 

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