E a gente não se basta. Não mesmo. Você me provoca e eu caio
na sua. Vou embora emburrada dizendo que odeio esse seu jeito de me fazer tão
bem. Você desaparece e eu não te procuro. Você volta. Eu surto. A gente
conversa, se bate, se morde, se beija, se provoca. Fico brava comigo mesma por
não conseguir te resistir. Você me abraça e então acabam minhas palavras.
A gente se esbarra por aí, num dia qualquer. Pronto. Foi. A atração fala mais alto. Você canta, me encanta. Há quem diga que é loucura.
Isso. Nós. Você me tira do sério. Você me puxa pro seu corpo e a gente esquece
de tudo. Esquece as horas, os dias, os meses. É tão fácil ficar em silencio do
seu lado. Até nosso silencio é como se fosse uma explosão de palavras. A gente não
precisa dizer nada pra saber que um deseja o outro.
Seu beijo me cola. Não descola. Decola. É assim que
acontece, a gente perde o chão, a noção. A gente decola por aí, voamos pro céu
sem nem mesmo tirar os pés do chão. A gente fica pelo chão da sua varanda
abraçados numa noite fresca de verão, como se aquilo fosse o que bastasse pra
ser feliz. Talvez seja. Contamos estrelas juntos e eu conto borboletas sozinha
na minha barriga. Você me diz coisas que conquistaria qualquer garota. Não
comigo. É aí que talvez esteja nossa essência. Você tenta me ter, eu tento não
te querer mais do que quero. E é esse jogo. Essa correria toda de cão e gato.
De ver quem consegue chegar primeiro ao lugar que deseja, que faz a gente se
querer, se ter, se conquistar, se descobrir todos os dias. Mas não hoje. Hoje é
o meu dia de fingir que não te quero tanto quanto quero e já tenho.
Deixa estar. É assim que somos. Deixa estar..
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