terça-feira, 8 de abril de 2014

Não era amor, era apego. Desapeguei.



Exausta, cansei dessa loucura que tínhamos. Não era amor. Nunca foi. Era apego e apego um dia acaba desapegando do nosso interior. Passei noites com vontade de te ligar e percebi que minhas vontades também acabaram. Você já não mexe com nada que existe em mim. E mais uma vez percebi essa minha mania de querer tanto algo e se enjoar. Cheia de manias e defeitos. Sou feita disso. E no meio das minhas manias, perdi a mania de querer tanto você.
Foi numa dessas noites quaisquer que me vi não sentindo a falta de você, preenchendo o lado vazio da cama. Percebi que a solidão é melhor que a companhia de alguém que nada te acrescenta. Calma meu bem, não me jogue pedras por estar sendo sincera. Você me mostrou muitas coisas quais eu desconhecia, agradeço. Só que não dá mais pra carregar você nas minhas bagagens. Acumulei bagagens minha vida inteira, não quero mais uma me prendendo, me jogando para baixo como se estivesse num mar agitado e que eu não consiga sair.
Pensei em mil maneiras de te dizer adeus, de explicar o porquê de tudo isso, mas você sabe que não sou boa falando essas coisas, então escrevo para deixar registrado por aí que acabou.
Você não vai mais receber mensagens desesperada nas madrugadas pedindo colo, nem vai me ver entrando pela sua porta aliviada por ter alguém que por algumas horas ficava rindo das minhas loucuras e matando as minhas vontades. Cansei das vontades e descobri que não preciso de alguém que não precise de mim. Nunca implorei nada, não seria diferente agora.
Enfim chegamos ao gameover e nessa nossa brincadeira não existe o botão replay. Você vai sentir minha falta, isso eu sei, mas isso não mata ninguém, faz bem sentir falta de algo às vezes. Vou estar ao lado, mas não ao seu lado como costumava. Infelizmente preciso dizer que tentei preencher-me com você, mas descobri que a gente não se preenche com vazios. Precisava transbordar e descobri tarde demais que jamais iria me transbordar com as doses semanais de você.
Peço desculpas pela saída sem volta, pelo tchau sem beijos e abraços, sem lágrimas e toda aquela cena de fins. Fechar a porta pra você foi estar abrindo as minhas portas para enxergar que certas coisas se vão para que outras cheguem.
Por um momento achei que você poderia virar algo a mais que alguém dos dias de semana, mas descobri que você não passaria disso. Até bati o pé mais uma vez me perguntando por que nada dá certo, aí descobri que você não era o certo. Ou o errado para caminhar do meu lado.
Pode ir. Agora estou te deixando livre das minhas loucuras e devaneios. Estou te deixando livre das noites em que achávamos que estaríamos salvos de nós mesmos. Estou me deixando livre, como sempre fui. Porém dessa vez livre de um mundo que nunca existiu. Sempre fui boa sozinha e descobri – sozinha – que minha solidão me faz companhia melhor que ninguém. Não quero mais as patifarias criadas para preencher os vazios que todos temos. Entre ficar livre ou presa em algo que nunca me sai bem, escolho minha liberdade. Escolhi abrir meus olhos e enfim enxergar quem me quer bem e quem simplesmente não quer nada. E se eu não olhar mais para você como costumava, saiba que você não era alguém que eu achei que me faria bem, mas apenas alguém que por um breve momento me sufocou até eu explodir e ansiar por coisas boas.
Fica bem por aí, que por aqui eu sei lidar sozinha.

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