Nunca me imaginei chegando a esse ponto de raciocínio e nem
a ponto de assumir aos quatro cantos do mundo: eu sinto falta de um amor
mansinho.
Sempre achei desnecessário e irracional da parte humana
precisar de amor, desejar amar alguém. Mas é assim, não é? Pelo menos foi o que
me falaram. Que simplesmente acontece e a gente passa a precisar de alguém do
nosso lado pras coisas mais simples. Não queria assumir e nem precisar de
alguém tão cedo, mas não aguento mais essa agonia no fim do dia que pede e
implora por alguém pra descansar a cabeça e falar sobre tudo, mesmo que o tudo
nunca acabe.
Todo esse meu desapego está indo por água a baixo e eu nem
se quer me dei conta de tantas coisas boas que deixei passar, tantas pessoas
que perdi pelo simples medo de amar. Me diz, por Deus ou seja lá no que você
acredita, por que eu tinha que ser assim?
Sim, eu tinha que ser complicada. Infelizmente sou assim, não
aceito metades, não aceito meio amores, meio carinhos. Não acredito que amor a
gente encontre que nem naqueles filmes de comédia romântica, pelo contrário,
amor dá trabalho pra encontrar, ou melhor, pra ter a sorte de recebê-lo.
Tive pena de cada
pessoa que tentou me mudar, que tentou me mostrar que o amor podia ser melhor
que noites de sexta e sábado chorando de baixo de cobertas, comendo nuttela,
vendo filmes água com açúcar e esperando uma mensagem que nunca iria chegar.
Ri. Debochei. Soltei na cara de cada um deles aquela velha frase dizendo pra
não se apegar, piorou se apegar em mim. Não era pra menos, eu era uma total
louca, alucinada, apaixonada apenas pela vida -talvez ainda seja-. Não estou querendo dizer que
quem ama não é apaixonado pela vida, pelo contrário, talvez quem ame alguém,
seja ainda mais apaixonado pela vida do que pessoas como eu, mortais solteiros,
que só pensam em se divertir por aí sem ninguém em qualquer noite, em qualquer
lugar.
Meu problema é que eu nunca soube pedir colo pra ninguém, me
contentava exatamente em sair por aí e beber todas até a dor de seja lá o que
fosse, passar. Sempre doía pedir ajuda de alguém. Talvez sempre achasse que
iria ferir meu ego e mostrar o quanto fui fraca em várias ocasiões que parecia
ser forte. Fui egoísta ao ponto de perder talvez o meu melhor amor por erros
desnecessários. Eu só queria a sorte de uma vida tranquila e que tudo viesse ao
seu tempo, sem eu sentir necessidade de depender tanto de algo, como agora.
Depender. Precisar. Me causa repulsa essas palavras. A ideia de precisar de
alguém, te ter alguém, de ser de alguém me causa uma repulsa imensa, mas não
consigo evitar a falta que alguém me faz agora. A falta que um amor que traga
paz e calmaria pra vida, faz agora.
Odiei esses textos que assumem precisar de alguém pra
descansar a cabeça no fim do dia ou que o simples fato de estar com alguém faça
a felicidade e a vida valer à pena, por todo esse tempo de "foda-se o amor e toda sua mania de ferrar com a gente", mas sempre lia cada um
deles e ficava imaginando quando isso iria acontecer comigo. Aconteceu. E agora
pareço mais ainda uma criança assustada com tudo isso.
Assustada como uma criança. Parece irônico demais pra quem
sempre se portou como uma mulher forte e sem medos. Mas é exatamente isso. Estou
bem do jeito que ninguém viu. Gritando ao vento pra me trazer a sorte desse tal
amor tranquilo que tantos falam por aí. Falando sem me importar com o que vão
pensar sobre a necessidade humana de precisar sim de alguém do lado. E não vem
me dizer sobre desapego, amor próprio e todo esse blá blá blá, passei tempo
demais falando sobre isso também. E o que jamais me faltará vão ser amor próprio
ou desapego pra quando alguns desses amores não forem suficientes pra me
transbordar.
Precisei sim de tempo, muito tempo, pra entender o que
realmente valia o amor, o que valia tudo o que está ligado a ele. Talvez tenha
sido o efeito de algum amor passado ou seja lá o que foi o que vivi, que me fez ficar racional demais.
A única coisa que
sei, é que amor ou alguém, a gente não implora, apenas acontece. Pois bem, que
seja. Apareça quando quiser, venha sem avisar, bata na porta que eu vou abrir. Não
me julgo pronta para amar ninguém, pra ser cuidada, pra cuidar, pra me doar e
me doer de novo se for necessário, mas vem que eu tento repor tudo o que falta
em mim, aprendo se for necessário também. Seja como for. Sopro até velas, roubo
cílios, caço estrelas cadentes, só desejo de coração – e pela primeira vez – a sorte
de um amor mansinho mansinho.
O amar é um por paz guerrear.
ResponderExcluirGK
Sempre assim.
ExcluirAcredito,que o tempo seja um amigo e ele faz com que viva sua vida por fases que são necessárias, para apreender a viver,sim,temos que amar,temos que sentir o sabor de um beijo da amada verdadeira,mas não saberíamos se tudo isso valeu a pena se não tivéssemos os erros de uma juventude insana. - Um jovem chato
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirE quem nunca teve uma juventude insana? hahaha melhor fase da vida é essa: juventude. Mas às vezes o coração pede por calma e paz, e na melhor das hipoteses, insanidade de juventude e solterisse nao encaixam ai. Talvez insanidade de amar sim.
ResponderExcluirEssa insanidade de amar deve ser algo muito especial,para alguém tao admirável querer sentir haha. - Um jovem chato
ResponderExcluirNo fundo, todo mundo quer sentir haha
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