Juro que nunca entendi toda essa precisão das pessoas
voltarem pra casa insatisfeitas consigo mesmas. Sempre querem mais, e na
maioria das vezes, querem alguém. É sempre alguém que falta. Não entendo também
essa necessidade de pessoas serem totalmente desapegadas. Eu tento ser, por
mais irônico que isso seja. Até que dá uma sensação boa, saber que não preciso
de ninguém pra me fazer sentir feliz e completa. Saber que por mais que eu me
apaixone por aí, eu sempre vou precisar apenas de mim mesma pra ser feliz. Não
entendo esse desapego ao amor. Passamos a vida toda tentando fugir do amor, mas
pra falar bem a verdade, qualquer pessoa do mundo quer mesmo é ser amada e
amar. É ótimo ser o motivo do próprio sorriso, da própria felicidade. Mas ter
sempre um motivo a mais pra isso é maravilhoso.
Quando saio pelas ruas e vejo aqueles casais de idosos rindo
juntos enquanto andam pelas ruas, me faz pensar, todo mundo precisa de alguém
sim. Alguém que te arranque aquele sorriso nos momentos difíceis, alguém que
escute seus problemas e tente te ajudar a encontrar uma solução, alguém que às
vezes apenas segure sua mão quando o caminho for complicado demais pra seguir,
que compartilhe alegrias e que você também divida as suas alegrias com essa
pessoa. São pequenas coisas que fazem as pessoas serem felizes. A gente pode
ser feliz sozinho, claro que pode. Mas por que não ser feliz ao lado daquela
pessoa que faz a gente sentir aqueles arrepios agradáveis que se formam junto
com as borboletas no nosso estomago e que no final se transformam em um
sorriso? Por que não? Só porque o mundo vive em completa guerra, em um completo
desamor, não significa que temos que viver assim.
Sempre vai ter alguém que te tire do sério e depois de cinco
minutos vai te fazer rir. Que fique em silencio mesmo quando a vontade é não
parar de falar. Que desapareça e apareça de novo virando sua vida de ponta
cabeça. Que faça você querer morrer e continuar vivendo. Que faz seu coração
bater rápido e lento, tudo ao mesmo tempo. Talvez amor seja isso, essa linha
tênue entre viver e morrer. Aquele turbilhão de coisas estranhas. Aquela
legitima corda bamba, um deslize e pronto, faz a gente querer amar pro resto da
vida ou passar o resto dela acreditando que amor não existe, mesmo amando.
Clichê. Amor é um legitimo e eterno clichê. Desculpe os desapegados – como eu –
mas falar de amor sem clichê é impossível. Passar uma vida sem nunca ter amado,
é impossível. Voltar pra casa sem querer apenas um colo no fim do dia pra te
fazer companhia, é impossível.
Ta aí, desapegados de plantão, amar sempre vai ser uma nova
chance. Abra o olho, acorde, levante dessa cama de desamores e de tantos
desapegos. Amar é sempre a opção de ser muito mais do que já somos.
Não precisamos de alguém que nos complete, felizmente já nascemos completos, precisamos apenas daquela pessoa que nos transborde, que faça a vida ganhar um novo sentido. Apenas sinta. Sem explicação. Acorde e sinta. Transborde-se de amor.
Não precisamos de alguém que nos complete, felizmente já nascemos completos, precisamos apenas daquela pessoa que nos transborde, que faça a vida ganhar um novo sentido. Apenas sinta. Sem explicação. Acorde e sinta. Transborde-se de amor.
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