quarta-feira, 14 de maio de 2014

A impaciência do querer.



Uma xícara de café, caneta e papel me fazem companhia quando começo a pensar demais. Queria entender tantas coisas e cada vez sinto que não sei nada. Queria entender essa minha mania de me sentir como se estivesse nos meus 20 e tantos anos enquanto ainda nem sai da minha adolescência turbulenta. Tenho vontade de mudar o mundo e fazer todos perceberem que amor gera mais amor, que a calma às vezes é a melhor saída e que o silencio muitas vezes é a melhor resposta, mas que se não dizermos aquilo que queremos, deixamos passar coisas que mudariam nossas vidas. Olha a ironia, eu que nunca sei dizer nada do que quero, querendo fazer outros verem o que talvez seria o certo.
Queria me entender da mesma forma que gostaria de entender a tantos outros, mas me parece impossível cada vez que penso nisso. Eu sou complicada, desastrada, desnaturada – como diria minha mãe – e mais um poço de “ada” que eu me afogo todos os dias.
Já fazem dias que tento escrever algo que preste e a sensação que tenho é que me atrapalho cada vez que tento desenrolar esse emaranhado de palavras que explodem na minha mente. Deve ser o mal da adolescência inconstante que te faz pensar mil e uma coisas e não dizer nenhuma. Queria passar mais dias com minha mãe e ao mesmo tempo sozinha, só porque curto a minha solidão que já tem até apelido carinhoso. Queria passar mais dias vendo o pôr do sol e lembro que não tenho tempo nem pra fazer as unhas. Ou talvez tenha e só não saiba usar. Queria viver tantas coisas, mas são coisas que deveria viver no futuro. Mania insuportável de querer algo e querer agora e nunca saber esperar.
Me dizem que sou tão calma, mas mal sabem da minha impaciência com a vida. Pra falar a verdade, já disseram tanto sobre mim e a única verdade é que não sabem nada. Pessoas conhecem o eu que você quer que conheçam. São raras as pessoas que hoje em dia param e te observam, que te desvendam, que te seqüestram do seu mundo pessoal pro mundo real, ou pro mundo delas. Infelizmente também tenho essa mania, quando me aquieto demais é exatamente quando penso demais, quando olho demais pra alguém, estou exatamente praticando a mania de tentar entender alguém, quando na verdade tento achar vestígios que se pareçam comigo. Vai entender.
Quanto mais acho que estou perto de me encontrar no mundo, mais descubro que só estou perdida ou talvez ainda não tenha sido encontrada.

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